sexta-feira, 10 de abril de 2020

Origem e desenvolvimento do revisionismo na União Soviética



“Se em sua morte Stalin deixou para trás uma ditadura do proletariado, essa estava passando por um processo de erosão. Já foi dito que a maior crítica que pode ser feita ao Camarada Stalin é a de que ele foi sucedido por Kruschev. E isso nos diz muito.”
Lenin uma vez disse que sem uma teoria revolucionária, não haveria movimento revolucionário. A história do movimento dos trabalhadores durante este século [XX] tem provado essa afirmação como verdadeira. O desenvolvimento de uma teoria revolucionária significa muito mais do que o estabelecimento de princípios amplos ou a repetição de generalizações sobre o Marxismo. Pois uma das qualidades que fizeram de Lenin e Mao verdadeiros líderes revolucionários, foi a habilidade de usarem a análise Marxista para entender e explicar certos estágios dos processos em desenvolvimento, e depois, usando-a como base, guiarem as ações ao longo do caminho revolucionário. Da mesma forma que Marx e Engels, eles não agiram cegamente examinando apenas o problema imediato, mas pelo contrário, foram capazes de observar o presente em relação ao passado, de forma a abrir um caminho para o futuro.
O movimento revolucionário está em seu presente sofrendo de uma séria falta de clareza teórica. Se as forças Marxistas-Leninistas na Grã-Bretanha querem se desenvolver, se elas querem um dia se tornar capazes de liderar a classe trabalhadora na derrubada do capitalismo, então uma análise séria deverá ser feita sobre a atual situação da grã-bretanha e do mundo. Mas qualquer análise permanecerá incompleta e defeituosa, se primeiro não enfrentarmos importantes questões sobre o recente e não-tão-recente passado do movimento comunista internacional.
Oito anos atrás era amplamente aceito entre os comunistas que o mundo se encontrava dividido em dois campos: um socialista e outro capitalista. A URSS e as novas democracias do leste europeu eram consideradas parte de um campo socialista, apesar de seus líderes cometerem uma séries de revisionismos. Hoje, uma boa parte dos Marxistas-Leninistas enxergam isso de maneira diferente. A URSS, não é mais considerada socialista, mas sim capitalista ou “social imperialista”. Essa re-avaliação claramente possui implicações para qualquer avaliação da balança mundial.
Não acho eu que a reflexão necessária tenha sido dada para algumas das proposições aceitas recentemente. Nem que tenha havido qualquer tentativa séria, de qualquer fração de Marxistas-Leninistas, de explicar como viemos parar em tal situação. A tendência tem sido apenas adotar e replicar as posições do Partido Comunista da China. Certas ou erradas, quaisquer posições não poderão ser aceitas ou desenvolvidas sem antes uma série análise Marxista.
(…) Queremos deixar claro que não tentaremos neste artigo fazer um exame completo sobre o assunto, mas ao invés disso, introduzi-lo, na esperança de provocar uma discussão que levante uma maior clareza sobre uma questão tão importante para o nosso movimento.
1- União Soviética: A natureza do socialismo
Diferente dos revisionistas que ainda acreditam que a URSS seja hoje um estado socialista, e também diferente dos Trotskistas que acreditam que ela nunca tenha sido, os Leninistas consideram que um dia a URSS foi um estado socialista. Os dois primeiros sempre evitam encarar a pergunta “O que é socialismo?”. Uma avaliação incorreta do que o socialismo significa na prática tende sempre levar ao idealismo. Um método Marxista parte não de uma noção idealista particular, mas sim de um exame científico da realidade objetiva (...)

https://lavrapalavra.com/2020/03/03/origem-e-desenvolvimento-do-revisionismo-na-uniao-sovietica/?fbclid=IwAR3Aldu0g-DxdLi1Ce-7fOTQvZWAmdvo2tXyIYz9Gy_2iVbq2aSBDkiN2rM

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