“Se em sua morte Stalin
deixou para trás uma ditadura do proletariado, essa estava passando por um
processo de erosão. Já foi dito que a maior crítica que pode ser feita ao
Camarada Stalin é a de que ele foi sucedido por Kruschev. E isso nos diz
muito.”
Lenin uma vez disse que sem
uma teoria revolucionária, não haveria movimento revolucionário. A história do
movimento dos trabalhadores durante este século [XX] tem provado essa afirmação
como verdadeira. O desenvolvimento de uma teoria revolucionária significa muito
mais do que o estabelecimento de princípios amplos ou a repetição de
generalizações sobre o Marxismo. Pois uma das qualidades que fizeram de Lenin e
Mao verdadeiros líderes revolucionários, foi a habilidade de usarem a análise Marxista
para entender e explicar certos estágios dos processos em desenvolvimento, e
depois, usando-a como base, guiarem as ações ao longo do caminho
revolucionário. Da mesma forma que Marx e Engels, eles não agiram cegamente
examinando apenas o problema imediato, mas pelo contrário, foram capazes de
observar o presente em relação ao passado, de forma a abrir um caminho para o
futuro.
O movimento revolucionário
está em seu presente sofrendo de uma séria falta de clareza teórica. Se as
forças Marxistas-Leninistas na Grã-Bretanha querem se desenvolver, se elas
querem um dia se tornar capazes de liderar a classe trabalhadora na derrubada
do capitalismo, então uma análise séria deverá ser feita sobre a atual situação
da grã-bretanha e do mundo. Mas qualquer análise permanecerá incompleta e
defeituosa, se primeiro não enfrentarmos importantes questões sobre o recente e
não-tão-recente passado do movimento comunista internacional.
Oito anos atrás era
amplamente aceito entre os comunistas que o mundo se encontrava dividido em
dois campos: um socialista e outro capitalista. A URSS e as novas democracias
do leste europeu eram consideradas parte de um campo socialista, apesar de seus
líderes cometerem uma séries de revisionismos. Hoje, uma boa parte dos
Marxistas-Leninistas enxergam isso de maneira diferente. A URSS, não é mais
considerada socialista, mas sim capitalista ou “social imperialista”. Essa
re-avaliação claramente possui implicações para qualquer avaliação da balança
mundial.
Não acho eu que a reflexão
necessária tenha sido dada para algumas das proposições aceitas recentemente.
Nem que tenha havido qualquer tentativa séria, de qualquer fração de
Marxistas-Leninistas, de explicar como viemos parar em tal situação. A
tendência tem sido apenas adotar e replicar as posições do Partido Comunista da
China. Certas ou erradas, quaisquer posições não poderão ser aceitas ou
desenvolvidas sem antes uma série análise Marxista.
(…) Queremos deixar claro
que não tentaremos neste artigo fazer um exame completo sobre o assunto, mas ao
invés disso, introduzi-lo, na esperança de provocar uma discussão que levante
uma maior clareza sobre uma questão tão importante para o nosso movimento.
1- União Soviética: A
natureza do socialismo
Diferente dos revisionistas
que ainda acreditam que a URSS seja hoje um estado socialista, e também
diferente dos Trotskistas que acreditam que ela nunca tenha sido, os Leninistas
consideram que um dia a URSS foi um estado socialista. Os dois primeiros sempre
evitam encarar a pergunta “O que é socialismo?”. Uma avaliação incorreta do que
o socialismo significa na prática tende sempre levar ao idealismo. Um método
Marxista parte não de uma noção idealista particular, mas sim de um exame científico
da realidade objetiva (...)
https://lavrapalavra.com/2020/03/03/origem-e-desenvolvimento-do-revisionismo-na-uniao-sovietica/?fbclid=IwAR3Aldu0g-DxdLi1Ce-7fOTQvZWAmdvo2tXyIYz9Gy_2iVbq2aSBDkiN2rM
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