quarta-feira, 5 de setembro de 2018

uma metáfora



É evidente que a esperança da humanidade está em quem vive do trabalho. Enquanto o ministro da cultura brasileiro fala em “tragédia” ocultando a sua responsabilidade política, chorando como qualquer plebeu sem poder, enquanto os bombeiros se debatiam com falta de meios também, os trabalhadores da UFRJ estavam, sem meios alguns a não ser as próprias mãos, a tentar salvar qualquer coisa. Metáfora de um país continente em decadência profunda num mundo em direção a um precipício. Nem os mortos e as múmias estão seguros neste século de capitalismo sem oposição.
A minha solidariedade a todos os colegas, professores, funcionários e alunos da UFRJ, ao seu reitor, Roberto Leher, homem de dignidade excepcional, que esteve recentemente em Portugal recebido no projecto da Fenprof, um amigo e um mestre da educação e ao director do Museu. São eles a esperança.

Raquel Varela
https://raquelcardeiravarela.wordpress.com/2018/09/03/uma-metafora/#comments

domingo, 2 de setembro de 2018

não tem graça rir do oprimido



“... a gente pode rir de tudo? Eu não sei. Tem coisas de que não vale a pena rir. Das minorias, por exemplo. Ou rir de um sofrimento real das pessoas. Não tem graça rir dessas coisas. Tem graça você rir do poder, você rir do opressor, não do oprimido. O humor, muitas vezes, cai na “presa fácil”, fica chutando cachorro morto e batendo em quem já apanha há séculos e séculos. Não tem graça você rir de gay porque é homofóbico, não é mais humor, tem um momento em que deixa de ser, ou o racismo. Não porque é uma piada que você pode tudo e ela não tem salvo-conduto para você ser escroto.”

Gregório Duvivier