No início dos anos noventa
do século XIX, o Império Russo estava enfrentando uma situação de severas
epidemias e fomes. Um jovem Lenin, mesmo sendo minoria entre os oponentes do
czarismo, não cessou sua atividade revolucionária.
O fragmento que
compartilhamos pertence a uma biografia do revolucionário russo, escrita pelo
historiador francês Gérard Walter (1896–1974). Neste episódio de sua vida, ele
nos ensina uma questão essencial nestes tempos: nem em tempos de pandemias
devemos renunciar à luta contra o inimigo de classe, mesmo quando ele lança
slogans bondosos para “unirmos” — unirmos em torno dele — E ainda menos que
devemos renunciar à luta — quando o mesmo regime e o mesmo sistema capitalista
são diretamente responsáveis por boa parte do sofrimento
do povo.
Estamos sofrendo com um
Estado incapaz de planejar de maneira social e racional o confinamento,
trancando a população em suas casas, com a polícia, a guarda civil e o exército
saindo pelas ruas, deixando o livre arbítrio do capital para manter a produção.
Foram anos sucateando e privatizando a saúde, para aumentar o lucro de empresas
privadas, responsáveis por muitas mortes que hoje
poderiam estar sendo evitadas. Estamos entrando em uma crise que, mais uma vez,
quem pagará serão os mais humildes, enquanto a grande burguesia continuará
engordando seus bolsos. Não temos escolha a não ser organizar uma resposta.
Ajudar o regime a superar o
terrível flagelo está contribuindo para sua consolidação, quando precisamente
essa catástrofe revela categoricamente sua imprevisibilidade, sua incapacidade
e favorece a disseminação de nossas ideias revolucionárias (...)
https://medium.com/@yatahaze/lenin-e-atividade-revolucion%C3%A1ria-diante-das-epidemias-5abf6148914
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